Notícias Julita

Representantes do Observatório Ibira30 estiveram na Fundação Julita para a apresentação dos resultados de duas pesquisas realizadas no território do Jardim Ibirapuera. Diante da análise dos dados, foram dois dias de intensas reflexões com as equipes de Educação (Programa Primeira Infância) e de Assistência Social (Programas Ipezinho, Criança e Adolescente, Juventude e Terceira Idade), além de trabalhadores da organização das áreas administrativas.

As pesquisas tiveram como diretriz os temas: “Hábitos Culturais dos Moradores do Jd. Ibirapuera” e “Profissionais da Educação do Jd. Ibirapuera: uma Escuta Qualificada”. Os dados das pesquisas foram analisados de forma qualitativa, dialogando com a realidade do território nas mais variadas vertentes, como tecnologia ou condições econômicas, sociais, de segurança pública.

“O objetivo do Observatório é o de aproximar a pesquisa como estratégia para a incidência de política pública. Geralmente as pesquisas são feitas de fora para dentro. Quando são feitas por pessoas do território, há construção de indicadores qualificados, mostrando que o território pode e deve ser protagonista na construção de políticas públicas”, conta Wesley Barbosa, do Núcleo de Monitoramento e Avaliação da Fundação Julita, parceiro do Bloco do Beco na composição do Observatório.

Entre os resultados das pesquisas, chama a atenção o fato de o cinema e o shopping estarem entre os hábitos culturais de maior interesse da população, mostrando que o consumo de entretenimento ainda prevalece à cultura popular, à arte, à música e às demais linguagens culturais. Os saraus, por exemplo, ficaram no grupo de menor interesse.

A pesquisa que ouviu professores, coordenadores, terceirizados da escola ressaltou questões de saúde mental enfrentadas pelos docentes. Também trouxe um ponto levantado pela pesquisa de hábitos culturais, o acesso precoce ao uso da tecnologia.

“O uso excessivo de redes sociais traz impactos para o desenvolvimento cognitivo, a socialização e o desenvolvimento das crianças. Inclusive repercute na evasão escolar, pois crianças que ficam na tela a noite toda não conseguem acordar para ir à escola”, conforme mostrou a análise da pesquisa.

Próximos passos

A partir da análise, o Observatório apresentou nova agenda de pesquisas para o segundo semestre, no sentido de aprofundar dados e/ou contribuir com aspectos relevantes, como a necessidade apontada pelas escolas de desenvolverem hortas escolares.

Ainda em 2024, serão levantados dados sobre:

– Hábitos alimentares de crianças e jovens;

– Impactos sociais e econômicos das atividades relacionadas ao Maracatu;

– Cuidadores, uma escuta qualificada de profissionais de saúde, assistência, educação e cultura (olhar para a saúde mental);

– Impactos do acesso precoce de telas de uso recreativo nos hábitos culturais e educacionais de crianças e adolescentes;

– Orçamento da Cultura e Investimento Social Privado na periferia: um olhar estratégico para a Lei Rouanet.

“Para 2025, a intenção do Observatório é a criação da Rede 30, uma espécie de central que fará articulação com a Rede Socioassistencial de M´Boi Mirim. Para 2026, o objetivo é a criação de observatórios comunitários, que terão atuação semelhante e específica em outros microterritórios, tendo a interligação direta com a Rede 30”, explicou Kaue Coutinho, do Núcleo de Monitoramento e Avaliação da Julita.

Território pesquisador

O Observatório tem uma enorme relevância diante da necessidade de dados do microterritório, ainda mais qualificados por pessoas da própria região que entendem as relações e as minúcias da intersecção desses índices com a realidade.

Marcelo Zarzuela, coordenador do Observatório, também explica que, para além disso, a intenção é a de formar um território pesquisador: “Pesquisas já eram feitas no Jardim Ibirapuera, mas o que estamos construindo é um time de gestão do conhecimento, treinando e orientando pessoas para fazerem pesquisa no território, com conhecimento para serem criteriosas para amarrar esses dados com a realidade local”.

Da pesquisa para a ação

“Como Fundação Julita, vamos continuar essa conversa, para pensarmos como podemos abraçar essa iniciativa e potencializá-la para melhorarmos as condições da população. Sairmos do lugar de objeto da pesquisa e virar o sujeito. E como podemos fazer para inverter as lógicas apresentadas (em relação à cultura e à educação) a partir do nosso fazer diário, envolvendo os beneficiários da organização”, contextualizou Jânio de Oliveira, gestor geral da Fundação Julita.

Observatório Ibira30

O Observatório Ibira30 é uma iniciativa da organização social Bloco do Beco, em parceria com o Núcleo de Monitoramento e Avaliação da Fundação Julita. Também tem parceria com universidades, como FGV, PUC e UFABC, e com a Secretaria de Cultura, Economia e Indústrias Criativas.

Acesse a íntegra das pesquisas AQUI

 

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