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A Fundação Julita promoveu uma jornada de cursos com educadores da rede pública de ensino, principalmente da Educação Infantil e Fundamental I, com o objetivo de disseminar a metodologia de educação ambiental que vem sendo aplicada há dez anos na organização. A formação teve cinco encontros, realizados entre os meses de outubro e novembro de 2024, e contou com a parceria da Diretoria Regional de Educação (DRE), de Campo Limpo.

Tendo a Educação Ambiental Crítica como tema principal, as formações abordaram assuntos, tais como: Alimentação, Plantas Alimentícias não Convencionais, Agrofloresta, Permacultura, Abelhas Nativas, Hortas Escolares e Mudanças Climáticas.

Aprender em meio à natureza

Um grupo de 15 professores participou da jornada formativa. Entre as atividades, eles realizaram trilhas pela Fundação Julita para conhecer as tecnologias ambientais presentes no espaço, como captação de água da chuva, cisternas, bacias de infiltração, swales (canais de infiltração de água), círculos de bananeiras e plantas alimentícias não convencionais.

“Como a temática da árvore do Pau-Brasil surgiu no primeiro encontro, preparamos também um momento especial para que os professores pudessem conhecer e saber mais sobre essa árvore que faz parte da nossa cultura. Na Fundação Julita, há alguns exemplares do Pau-Brasil. Então, os educadores puderam ver de perto essa árvore nativa das florestas tropicais brasileiras”, conta Luciana Buitron, então coordenadora do Centro de Educação Ambiental da Julita e educadora do curso, ao lado de James Maier (da DRE).

Para finalizar a jornada, foi realizada uma visita à horta comunitária da Associação Monte Azul, próxima à Fundação Julita. Esse também foi um exemplo prático, porque a horta está em um terreno íngreme, no qual foi preciso utilizar técnicas de permacultura e agroecologia para contornar questões relacionadas à geografia do espaço.

Mapeamento socioambiental do território

Os professores também foram convidados a realizar um mapa socioambiental pelo território do Jardim São Luís, destacando lugares, para além do espaço escolar, considerados interessantes do ponto de vista ambiental e pedagógico.  “Pensar nesse mapa é interessante, pois tem a observação como diretriz da caminhada e, desta forma, foi possível aos professores notarem coisas que antes passariam despercebidas, como sons, cheiros, movimentos e questões alinhadas com a história do território, como os linhões e a verticalização intensa que a comunidade vem acompanhando”, relata Luciana.

Essa observação mais direcionada para o ambiente e as formas de ações e intervenções pelo espaço são elementos fundamentais da educação ambiental crítica. Por fim, os professores receberam um material de referência para seus planejamentos pedagógicos: o Caderno Currículo de Cidade – Educação Ambiental.

A formação foi concluída com uma horta coletiva e a apresentação das propostas de cada professor de um planejamento pedagógico, com base nos conhecimentos adquiridos no curso.

A educação é parte da transformação ambiental

“A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define a educação ambiental como um componente essencial da educação nacional que deve estar presente em todos os níveis e modalidades de ensino. Então, esse tipo de formação instrumentaliza os professores da rede pública a inserirem o tema na sala de aula, com propriedade, baseado na nossa experiência e em exemplos aplicados, e de forma crítica e inovadora”, finaliza a coordenadora do Centro de Educação Ambiental da Julita.

Relatos dos professores

“O curso foi maravilhoso, repleto de conhecimentos e interações. Os momentos que me marcaram bastante foram as caminhadas: para conhecer e apreciar plantas e frutas das hortas da Julita, a que identificamos o Pau-Brasil, e também a atividade de ‘bomba’ de sementes”.  – Edileuza Novais Bastos

“O curso permitiu vários conhecimentos: conhecer novas plantas, cultivo, abelhas, horta coletiva  e o espaço da Fundação Julita, além da troca de experiências e a exploração do currículo ambiental”. – Ruth Vieira Cruz

“O curso apresentou algumas dores e coisas pra gente pensar e, de alguma forma, mudar o mundo que está ao nosso redor. Iniciamos falando sobre alimentação e uma frase que ficou muito forte foi: ‘a nossa alimentação é colonizada; plantar árvores nativas frutíferas é um ato político’. Isso me fez pensar o quanto a industrialização está tomando conta dos nossos mercados e da nossa vida. Na formação, colhemos frutos do pé e experimentamos  morango silvestre, pitanga”. – Deisi Santos da Silva

 

 

 

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