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“A gente aprendeu a construir coisas com barro. Antes eu queria fazer uma casa, mas depois desse curso, eu sei que sou capaz de construir um castelo!”

Foi com essas palavras que Giovanna, uma das jovens monitoras ambientais, resumiu sua experiência no Projeto Inspirar. Essa fala reflete o impacto transformador do curso, pois, ao longo dessa jornada, o grupo de jovens não só aprenderam novas habilidades, mas também adquiriram a confiança para construir um futuro repleto de possibilidades.

Concluir um ciclo como este é sempre um momento de reflexão. Olhar para trás e reconhecer as conquistas, enquanto também sentimos a saudade das vivências compartilhadas. Esse foi o sentimento ao final do curso para nossa primeira turma de Jovens Monitores Ambientais, um grupo de jovens engajados, com ideias inovadoras e prontos para impactar positivamente o próprio território – e além.

A última semana do curso foi marcada por uma ação muito importante: a apresentação dos Trabalhos de Conclusão de Curso. Nesse momento, os jovens compartilharam projetos voltados para a revitalização de locais significativos do Jardim São Luís, como a Ocupação Nova Esperança, a Rua Poço de Pedra e a Praça do Feirão – esse último sendo um dos locais de maiores circulação de pessoas do bairro, por conta da feira semanal de frutas, verduras e legumes. As propostas, que utilizam tecnologias sustentáveis, refletem o comprometimento com a preservação e o cuidado do território.

Foram três projetos cuidadosamente planejados, resultado de um ano de aprendizado, com a orientação de permacultores e especialistas. Cada projeto foi uma resposta concreta às necessidades locais e um exemplo do potencial desses jovens para promover soluções sustentáveis.

O curso não foi apenas uma formação técnica, mas também uma oportunidade de vivências transformadoras. Os jovens realizaram dois intercâmbios: um para o Rio de Janeiro – onde conheceram o Tibá, um centro educacional de ecologia aplicada e arquitetura de baixo impacto – e outro para a Bahia – onde conheceram a Vila Flor, um local onde pode-se vivenciar, ensinar e multiplicar boas práticas sobre o melhor aproveitamento dos produtos do agroextrativismo, da agricultura familiar, alimentação e de descarte consciente – nessas viagens, eles puderam conhecer novas realidades e absorver conhecimentos que enriqueceram suas perspectivas. Para muitos, essas viagens representaram a primeira experiência fora do estado e, para alguns, a primeira vez viajando de avião, marcando um momento importante em suas trajetórias.

No sábado, dia 9 de novembro, celebramos a formatura dessa turma com uma cerimônia repleta de significado. Com a presença de famílias e amigos, cada jovem recebeu seu certificado como Jovem Monitor Ambiental, mas o mais importante foi o aprendizado que levaram consigo — um conhecimento profundo sobre permacultura, sustentabilidade e, principalmente, sobre seu papel como agentes de transformação.

Este ciclo, agora concluído, abre portas para novas oportunidades, e esses jovens estão mais preparados para atuar como protagonistas na construção de um mundo mais justo e sustentável. Para nós, da Julita, é uma grande satisfação ver como essa juventude, ao lado de suas comunidades, está contribuindo para moldar um futuro mais consciente e com propósito.

Esses jovens demonstraram um enorme potencial. Não se limitaram a aprender a cuidar do meio ambiente, mas também a transformar seu entorno e inspirar os outros ao seu redor. Como eles mesmos expressaram, não desejam apenas construir uma casa, mas sim um castelo de possibilidades. E, com eles, seguimos compartilhando esse sonho.

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